Preconceitos, dignidade feminina e ações afirmativas de gênero: temas de roda de conversa do TSE

Debate ocorreu dentro da programação do encontro “Democracia: substantivo feminino”, que aconteceu na sede do TSE, em Brasília

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A primeira roda de conversa do encontro “Democracia: substantivo feminino”, que aconteceu nesta segunda-feira (24), na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, abordou o tema “Conceitos e preconceitos explícitos e ocultos: novas ações afirmativas possíveis”. O evento abre espaço e tempo para ouvir mulheres em diálogos sobre dificuldades e possibilidades, avanços e obstáculos ainda existentes para a igualdade de gênero no país. 

Participaram da primeira roda de conversa a ministra Macaé Evaristo, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e a jornalista Flávia Oliveira. A conversa foi mediada pela ministra do TSE Vera Lúcia Santana Araújo. Macaé Evaristo afirmou que as mulheres devem sempre caminhar por dignidade e pela construção de outro tipo de sociedade. “Que as mulheres não tenham que dormir com o inimigo dentro de suas próprias casas. A gente precisa transformar esse mundo e não vamos transformá-lo se, efetivamente, não estivermos aqui ocupando todos os espaços de poder”, concluiu. 

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Ministra Macaé Evaristo, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania – 24.11.2025. Foto: Reila Silva/Secom/TSE 

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania chamou atenção para os desafios persistentes na representatividade feminina nos espaços de decisão. “Não é possível que [tal fato ocorra] em um país como o nosso, com a pluralidade que a gente tem no nosso país. Eu falo das múltiplas mulheridades que a gente tem no nosso país e [do fato de] que nós ainda somos um número tão pequeno e restrito nos espaços de poder”, salientou. 

Solidão e confinamento 

Já a jornalista Flávia Oliveira fez uma reflexão a partir de dois focos: o da solidão e o do confinamento. Quanto ao primeiro, para a jornalista, é fundamental pressionar as instituições, o mundo político em especial, e a composição dos próprios partidos, que, sistematicamente, interditam, limitam e restringem a participação feminina.  

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Flávia Oliveira, jornalista – 24.11.2025. Foto: Reila Silva/Secom/TSE

Ao interligar o primeiro ao segundo foco, Flávia disse que, “mesmo quando mulheres chegam a certas posições, muitas vezes de forma solitária, ainda são confinadas a agendas identitárias de gênero e raça”. “Eu acho que é absolutamente fundamental sedimentar a ideia de que mulheres estão habilitadas a todo e qualquer debate público”, afirmou. 

Após dar um panorama da situação da mulher na sociedade, Flávia Oliveira disse que “democracia é sobre as mulheres estarem em todos os espaços, em número suficiente para tensionar as argumentações, e sobre participarem de todo e qualquer debate que diga respeito não apenas às mulheres, não apenas às mulheres negras, mas a toda a sociedade brasileira”. 

A democracia é feminina? 

A primeira roda de conversa foi encerrada pela deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), ao fazer alguns questionamentos: o que é democracia? Ela é feminina? Até que ponto? “Quando chegam os recursos para serem divididos, essa democracia deixa de existir. Vai a um ponto de vista ideológico e faz disputa política. O ser humano precisa estar completo para poder enxergar e ver essas coisas dentro das condições que estão preestabelecidas. Ele escolhe se vai aceitar ou se não vai aceitar”, comentou. 

Foto: Reila Silva/Secom/TSE - Encontro "Democracia: substantivo feminino". Benedita da Silva, De...

Benedita da Silva, deputada federal (PT-RJ) – 24.11.2025. Foto: Reila Silva/Secom/TSE

A parlamentar disse que a política de cotas é uma denúncia da fragilidade e da má formação ideológica. “Tudo isso faz parte da política de cotas na qualidade de denúncia de que uma população majoritariamente feminina e negra não tem uma representatividade à altura”, disse a deputada.  

Programação 

Aberto ao público, o encontro reúne mulheres de diferentes áreas, que vão compartilhar histórias e perspectivas, além de discutir desafios e caminhos para a efetividade da igualdade, com foco nas ações afirmativas e no enfrentamento da violência de gênero. 

A abertura do encontro foi feita pela presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, e contou com a participação da deputada Soraya Santos (PL-RJ) e da procuradora da República Raquel Branquinho. Saiba mais sobre a abertura do evento. 

À tarde, as rodas de conversa tratam dos temas “Democracia e violências: atitudes e platitudes sociais” e “Consenso de gerações: democracia e liberdade sem idade – passado, presente e futuros”. 

 

Matéria do TSE

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