AGS avança com ações do projeto "Campanha Limpa: quem suja a cidade não merece o seu voto"
O projeto visa a conscientizar eleitores e candidatos sobre a importância de manter as ruas limpas
13/09/2018 17:29
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Atualizado em 23/08/2022 13:13

Em defesa do meio ambiente, do bem estar social e do equilíbrio econômico, o projeto "Campanha Limpa: quem suja a cidade não merece o seu voto" levanta a bandeira das iniciativas sustentáveis. Dentre os objetivos do projeto, destacam-se: evitar quedas e outros incidentes relacionados ao material de propaganda eleitoral; evitar obstrução de galerias e o custo financeiro e ambiental daí decorrentes; promover a inclusão social de catadores e estimular a economia.
São muitos os prejuízos de uma campanha eleitoral não sustentável. Números da Assistência de Gestão Socioambiental (AGS) do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) mostram que 30% de cada grupo de pessoas responsável pela limpeza de locais de votação escorregaram em materiais de propaganda na última eleição. Segundo os dados, somente no Recife, no dia das Eleições em 2016, foram recolhidas 52 toneladas de materiais, fruto dos derrames nas ruas. A operação de limpeza custou mais de R$ 100 mil aos cofres municipais. Se os partidos tivessem destinado os resíduos materiais adequadamente às cooperativas, em vez de gerar gastos, poderiam ter se transformado em renda para catadores e evitado os impactos negativos.
Como exemplo positivo do projeto da AGS, destaca-se a mobilização feita nas cidades de Altinho e Ibirajuba, que resultaram, pela primeira vez na história desses locais, em ruas limpas no dia da Eleição. Os partidos e candidatos fizeram a entrega das sobras de materiais de propaganda e reconheceram que a convocação feita pelo TRE visava a cuidar da imagem de suas campanhas.
Desde o seu lançamento, em julho deste ano, o projeto foi apresentado aos juízes eleitorais e chefes de cartórios, aos representantes partidários e discutido com as equipes de limpeza urbana e meio ambiente. Foram feitas parcerias para ampliar a capilaridade dessa ação e potencializar os resultados. Um concurso envolvendo as dez instituições do Comitê Ecos de Pernambuco foi realizado para escolha da identidade visual do projeto e como uma primeira estratégia de visibilidade externa.
Atualmente, estão sendo realizadas oficinas para implantação da coleta seletiva nos locais de votação no Recife, em parceria com a representação municipal do Instituto nacional Lixo Zero Brasil. Entre outras ações do TRE-PE, um ofício do presidente do Tribunal, Luiz Carlos de Barros Figueirêdo, foi dirigido aos partidos com um conjunto de recomendações a serem seguidas para o bom cumprimento do Projeto Campanha Limpa. O presidente também gravou vídeos para as redes sociais orientando o eleitor a fiscalizar e denunciar candidatos que sujam as ruas. Vale lembrar que o chamado derrame de santinhos (quando fardos de papel são lançados nas ruas) é crime, de acordo com o art. 54 da Lei de Crimes Ambientais.
Para responder a questões sobre o tema, a assistente de Gestão Socioambiental do TRE-PE, Sinara Silva, fez os seguintes esclarecimentos à equipe da Ascom.
ASCOM - Com relação ao Projeto Campanha Limpa, quando surgiu e o que impulsionou a sua criação?
SINARA - Surgiu como uma ação-piloto em 2016 e que ganhou força nesta eleição, com um novo nome e formato e o inestimável apoio do nosso presidente. Foi motivado pelos resultados do levantamento sobre o impacto negativo dos materiais de propaganda eleitoral, que revelaram causar danos nos contextos econômico, social e ambiental. Nós não tínhamos ideia que tantas pessoas escorregavam nos chamados "santinhos", com consequência graves. Um dos casos registrados em São Paulo foi fatal. Importante pensar que a maioria das pessoas que sofrem esses incidentes são idosas. Mas independentemente da idade, são eleitores que estão sendo desrespeitados no seu direito de ir e vir. Também o impacto financeiro é assumido indiretamente pelos cidadãos. Milhões de reais são gastos para enterrar o que poderia ser fonte de renda para catadores. Sem contar o impacto da obstrução de galerias, agravando ainda mais o problema dos alagamentos das ruas.
ASCOM - Desde a implementação do projeto, quais foram as melhorias notadas?
SINARA - A parceria com o Instituto Lixo Zero, por intermédio de sua embaixadora em Recife, deu um impulso nessa ação, tanto no planejamento quanto na execução. Estão sendo realizadas oficinas para implantação da coleta seletiva solidária nos locais de votação e foi uma elaborado um passo-a-passo para orientar os administradores desses prédios sobre a atividade. O ILZB também está responsável por fazer a ponte entre os catadores e os responsáveis por esses prédios.
ASCOM - Tendo em vista os reflexos positivos de uma campanha limpa, quais são os conselhos aos candidatos e eleitores para evitar que nessa eleição tenham um comportamento prejudicial tanto ao meio ambiente quanto a sociedade como um todo?
SINARA - O primeiro conselho vai para os candidatos: respeite o eleitor! Respeite as leis ambientais e leis eleitorais. Um candidato que não cumpre a lei não tem condições de assumir um mandato, quer seja no Legislativo ou no Executivo, para representar aquele que lhe honrou com o seu voto. Aos eleitores eu diria: fiscalize! Observe a conduta dos candidatos, sua história, seus projetos. E no dia da eleição, se ainda não não tiver decidido em quem votar, observe quem, por sua conduta, suja a cidade e mostra que não merece o seu voto.
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