Valorizar sua história e preservar seus patrimônios sempre foram preocupações do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE). Pensando nisso, a Corte e vários servidores se reuniram na tarde desta terça-feira para assistir a uma palestra do servidor Bruno Vitorino, que contou a importância do casarão anexo a sede e a dimensão da sua riqueza arquitetônica.

A palestra foi sobre seu objeto de estudo no âmbito do mestrado em História da Arte, Patrimônio e Cultura Visual na Universidade do Porto, Portugal: o casarão anexo ao TRE/PE, situado nas imediações da Praça do Entroncamento sob o n.º 36.

Bruno Vitorino mostrou, durante a sua apresentação, que a obra encanta não só em termos de beleza, mas também em riqueza histórica. “Olhando para a nossa casa podemos observar a similaridade dela com as grandes obras arquitetônicas locais. São construções que marcam o modo de habitar de uma época, que registram detalhes e fazem parte da história de um povo”, afirma Bruno. Antes de pertencer ao TRE, o casarão era o lar da família Tavares da Silva, e sua sofisticada estrutura era compreendida como uma forma de demonstrar o status da família.

A casa é emblemática. Sua construção remonta à efervescência da década de 1840, período em que o Recife passava por profundas transformações urbanísticas desencadeadas pela agenda modernizadora do então presidente da província de Pernambuco, Francisco do Rego Barros, o futuro Conde da Boa Vista. Mais ainda, concretiza uma nova forma de habitar de um estrato da sociedade recifense diretamente relacionado com as transformações culturais promovidas pela abertura dos portos em 1808 e a inserção do Brasil no novo cenário internacional.

Assim, discorrendo sobre a importância da casa enquanto objeto artístico e enaltecendo o valor histórico-patrimonial dessa joia do Neoclássico brasileiro, o servidor apresentou o decurso de sua investigação científica até momento e promoveu uma nova percepção dessa arquitetura: enquanto vestígio de uma outra temporalidade histórica, dispositivo de memória e de identidade coletiva e prédio público adequado a um novo uso.

O presidente do Tribunal, Agenor Ferreira Filho, encerrou o evento agradecendo a apresentação do servidor e dizendo que “foi um prazer muito grande saber mais sobre essa construção tão importante para a preservação da nossa história, é uma honra poder habitá-la todos os dias e certamente seguiremos cuidando do belo patrimônio histórico de que dispomos”.