A varíola dos macacos (monkeypox) é causada por um vírus semelhante ao da extinta varíola humana. Esse vírus é conhecido há várias décadas, tendo provocado pequenos surtos em vários países. Recentemente, uma nova variante viral tem feito surgir um número crescente de casos em todo o mundo, o que gerou o atual estado de alerta das autoridades sanitárias.

No Brasil, dados do Ministério da Saúde atualizados em 05/08/2022 informam a ocorrência de 310 casos confirmados. Em Pernambuco, dados de 08/08/2022 revelam que já houve 13 casos confirmados e 33 estão em investigação.

A transmissão ocorre principalmente pelo contato direto com as lesões de pele dos indivíduos infectados. De forma menos intensa, parece acontecer por objetos (roupas ou outros) de pessoas infectadas, e por contato respiratório. Embora até o momento a maioria dos casos tenha ocorrido em homens que mantêm contato sexual com outros homens, não há evidência clara de transmissão sexual através do sêmen ou de fluido vaginal.

Geralmente a doença inicia-se com um quadro febril, seguido pelo surgimento de lesões de pele na região anogenital, no tronco, na face e nas extremidades, observando-se também aumento de gânglios linfáticos. As lesões de pele são geralmente múltiplas, em algum momento tomando o aspecto de vesículas (pequenas bolhas com conteúdo líquido), parecidas com aquelas da catapora. Elas podem ficar purulentas e ulcerar. Em alguns casos, a única manifestação é de uma lesão única na região genital.

As principais complicações são miocardite, infecções bacterianas secundárias, pneumonia e encefalite (inflamação cerebral), que parecem ocorrer raramente. Crianças pequenas e pessoas com deficiências imunológicas – sobretudo infecção pelo HIV - correm mais risco de ter complicações. As mortes pela doença têm sido raras em todo o mundo até o momento.

Em breve publicaremos informações sobre o tratamento e a prevenção da varíola dos macacos.

Dr. Alfredo Leite