Nesta terça-feira, 13 de maio, é celebrado o Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo — uma data que, por muito tempo, foi lembrada apenas como o dia da assinatura da Lei Áurea, em 1888. Mas você sabe por que essa data deixou de ser comemorada como o dia da abolição da escravatura?

Embora a Lei Áurea tenha decretado o fim formal da escravidão no Brasil, ela não garantiu liberdade real às pessoas negras. Sem acesso a terra, trabalho, moradia, educação ou cidadania plena, muitos negros e negras foram forçados a aceitar condições precárias de vida e trabalho, ou até mesmo a retornar às casas dos antigos senhores, em troca de comida e abrigo.

A partir da década de 1980, os movimentos sociais negros passaram a atribuir um novo significado ao 13 de maio. Para eles, a data não representa a liberdade plena, tampouco o fim da discriminação racial. Ao contrário, é um momento de denúncia e reflexão sobre o racismo estrutural ainda presente na sociedade brasileira.

Em alusão à data, o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), por meio da Comissão para Equidade Étnico-Racial e de Gênero (CEERG), dá início a uma campanha institucional nas redes sociais. O conteúdo de abertura, publicado nesta terça (13), aborda o tema: “Por que não se comemora o dia da abolição da escravatura?”, convidando o público à reflexão sobre os significados históricos e sociais dessa data.

De 14 a 17 de maio, a campanha será dedicada à valorização da memória e das contribuições de quatro mulheres negras pernambucanas que serão homenageadas na exposição Pioneiras: Faces Negras. A cada dia, será publicado um vídeo destacando a trajetória de uma dessas personalidades, trazendo visibilidade a histórias muitas vezes apagadas pela narrativa oficial.

O objetivo é reconhecer esses legados como forma de valorização simbólica e reparação histórica, reafirmando o compromisso institucional do TRE-PE com a equidade racial e de gênero.

A exposição Pioneiras: Faces Negras será inaugurada no dia 23 de maio de 2025, no hall principal da sede do TRE-PE, no Recife. A realização é da Escola Judiciária Eleitoral de Pernambuco (EJE-PE), e a visitação será aberta ao público e gratuita.